Sabemos que cada aluno chega com identidade de classe, raça, etnia, gênero, território, campo, cidade, periferia, e sobre essas imagens a escola constrói a imagem do aluno, define funções para a escola, secundariza conhecimentos, habilidade e competências. Assim, o ordenamento curricular não é neutro, é condicionado pela pluralidade de imagens sociais que chegam até a escola.
DANIELLA
A ação do pedagogo na escola é entendida como possibilidade de assessoria ao professor na relação entre teoria e prática e entre prática e realidade concreta.
A prática cotidiana da escola está intimamente ligada à presença do professor regente de classe, profissional que regula e administra, diretamente com os alunos, o trabalho didático-pedagógico em sala de aula. É no entendimento da forma de tratamento dado pelo professor aos diferentes conteúdos, e das condições de existência dos alunos que o pedagogo sistematiza o seu trabalho no interior da escola.
Em recente pesquisa, Costa (2006) constatou que a ação da equipe pedagógica com relação ao trabalho do professor no ambiente escolar se configura numa parceria na qual ambos, politicamente, apresentam identidade e posições definidas a partir das quais refletem, criticam e indagam a respeito de seu desempenho como profissionais que trabalham na escola.
A escola necessita de professores compromissados no sentido de apresentarem possibilidade de ensino e aprendizagem eficiente, libertadora, à população estudantil cada vez mais diversa culturalmente. Um professor compromissado diante da necessidade de entender a construção que os alunos trazem para a sala de aula, a comunhão de conhecimentos, entre muitas outras contribuições. Na mobilização de saberes, atitudes, ética e valores que deveriam ser próprio de cada um do coletivo.
Skinner considera que, para se compreender como e por que os organismos se comportam, é preciso analisar suas histórias filogenéticas, ontogenéticas e culturais, bem como descobrir quais as variáveis controladoras pertencentes a cada um desses níveis. Ou seja, para que se possa analisar o comportamento de um aluno indisciplinado, por exemplo, seria preciso, de acordo com essa concepção, observar elementos relacionados à genética, às circunstâncias de vida particulares desse aluno e às questões culturais e sociais na qual o aluno está inserido, visto que essas últimas questões vão determinar, entre outros aspectos, o que seria ou não indisciplina de acordo com cada cultura. Ele tomou muito cuidado de não estabelecer nenhum procedimento de ensino como modelo único a ser seguido em qualquer situação.
Para o autor, a formação do professor deve basear-se nas relações entre o ambiente de ensino e o comportamento do aluno. É importante considerar que não existem ‘alunos-problemas’ e ‘professores-problema’, mas a relação entre eles em sala de aula é que provavelmente contém aspectos problemáticos que precisam ser resolvidos. Assim, para que se possa resolver o problema da educação, é preciso que observe a relação professor-aluno, e não comportamentos isolados de cada um, verificando e manipulando tanto os antecedentes quanto as conseqüências de cada um desses comportamentos com vistas à melhoria dessa interação.
A escola é, sem dúvida, uma instituição cultural. Portanto, as relações entre escola e cultura não podem ser concebidas como entre dois pólos independentes, mas sim como universos entrelaçados, como uma teia tecida no cotidiano e com fios e nós profundamente articulados.
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