Meu grande amigo Antônio Arruda deixou uma linda mensagem para nós. Espero que curtam muito, vai valer a pena.
Beijos no coração de vocês e um ótimo domingo.
Levados pelos vagalhões que nos arrastam neste grande oceano
da vida, muitas das vezes em vulneráveis embarcações, são raras as vezes em que
nos damos conta que há necessidade de parar, ancorar em um local seguro e
refletir sobre nós mesmos.
Não raro, a vida se incumbe de criar os dispositivos
necessários à nossa parada, interrompendo nosso obsessivo e incontido ciclo de
atividades de maneira compulsória. Nestes momentos é que conseguimos perceber
que se não déssemos um tempo, certamente os efeitos colaterais dessa corrida
avassaladora seriam nefastos.
Negligenciamos a nós mesmos, à nossa saúde, à nossa qualidade
de vida; negligenciamos aspectos fundamentais da nossa existência na luta pela
sobrevivência, ao ponto de nos sacrificarmos cruelmente (e sofremos com isso).
As exigências e a pressão em cima de nós são cada vez mais
apertados. Somos obrigados a nos superar à cada dia, cada hora, cada minuto,
cada segundo de nossas vidas.
Os desafios são cada vez mais difíceis, e superá-los custa
muito caro para nossa saúde.
Falo por experiência própria, pois estou vivenciando este
momento.
Foi preciso viver 51 anos e permanecer 6 anos ininterruptos sem férias para perceber
os efeitos negativos desta negligência comigo mesmo.
Foi preciso chegar a um ponto em que, nitidamente o cérebro
ordenava uma coisa, mas o corpo se recusava a obedecer e fazia outra.
O raciocínio apontava para uma ação, uma determinada
estratégia de atuação, mas na hora da execução, as coisas ficavam confusas e o
resultado acabava saindo de maneira totalmente adversa.
Foi preciso o corpo dar sinais de que não mais aguentaria
prosseguir, foi preciso uma anomalia na “máquina”, para que, finalmente, a PARADA OBRIGATÓRIA acontecesse.
Aí vieram as férias (30 dias), depois uma cirurgia (mais 15
dias de licença), e agora, um mês e meio afastado dos “impiedosos vagalhões”,
consigo meditar e refletir sobre todo o ocorrido.
Foi preciso tudo isso para que eu conseguisse chegar às conclusões mais óbvias do mundo
(mas que só conseguimos enxergar
vivenciando na pele).
Tentarei resumir meu aprendizado com tudo isso, em apenas 5
tópicos:
1-
Nada
nem ninguém no mundo é mais importante que VOCÊ. Nem estudo, nem carreira, nem
projetos futuros, VOCÊ PRECISA SE COLOCAR EM PRIMEIRO LUGAR E ESTABELECER ESTA
PRIORIDADE COMO REGRA DE OURO PARA VOCÊ.
2-
Ninguém
é insubstituível para outrem, mas você é insubstituível para VOCÊ. Portanto
manter-se em condições físicas e emocionais que garantam que VOCÊ seja VOCÊ é uma prerrogativa da qual
você não pode abrir mão.
3-
Você
não tem que provar à ninguém que é portador de habilidades que o classifiquem
como Super-Homem ou Super-Mulher. Você deve sim dar o melhor de si em todas as
tarefas que lhe forem confiadas, mas em momento algum deve se sentir
menosprezado quando não conseguir fazer algo fora das suas possibilidades.
Pergunte antes se aquele que está exigindo isso de você seria capaz de fazer o
que está exigindo que você faça.
4-
Não
importa O QUE você tem, mas QUEM você tem. Não permita jamais que sua
desabalada carreira na busca dos bens materiais o leve a negligenciar as
relações interpessoais com aqueles que o rodeiam.
5-
Priorize
seu crescimento espiritual acima de tudo. Não negligencie o fato de que você é
um SER ESPIRITUAL IMORTAL que neste momento conta com um corpo físico que você
precisa cuidar para levar adiante sua missão neste planeta, mas que não é sua
essência. Sua essência é espiritual, e você deve trabalhar na busca da sua
evolução, valorizando suas virtudes, eliminando suas imperfeições, praticando a
caridade, e, sobretudo, buscando forças no Criador e fortalecendo sua fé.
ANTONIO CARLOS ARRUDA