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quarta-feira, 30 de maio de 2012

EDUCAÇÃO com ANTÔNIO CARLOS ARRUDA


AO MESTRE, COM CARINHO
                                                           (* Antonio Carlos Arruda)
Sou de um tempo em que se praticava civismo nas escolas. Éramos motivados a sermos patriotas.
Cantávamos o Hino Nacional, o Hino à Bandeira, o Hino da Proclamação da República e o fazíamos com reverência,em posição de sentido, com a mão direita sobre o peito.
Não raro lágrimas desciam dos nossos olhos, nas datas especiais, onde desfilávamos orgulhosamente ostentando o uniforme da escola, marchando com vigor, sob o som das fanfarras. Aliás, vestir o garboso uniforme da fanfarra era privilégio de poucos.
Sem falar das nossas balizas que nos maravilhavam, despertando paixões desenfreadas nos nossos corações adolescentes e sonhadores.
Sou de um tempo em que subíamos ordenadamente e em fila para as salas. Já na classe, nos levantávamos para saudar o (a) professor (a) quando entrava para dar início às aulas.
Era um tempo de respeito, de regras muitas das vezes rígidas, mas era um tempo em que os valores eram estimulados e a dignidade valorizada.
A simples ameaça por parte do professor, de mandar um aluno para a diretoria, era o suficiente para sossegar o ânimo dos mais indisciplinados.
Quando o (a) professor (a) cruzava os braços e olhava em direção a um aluno, se este estivesse fazendo algo errado, na hora parava, diante do olhar indignado de todos os demais alunos da classe.
Não tínhamos medo dos professores, mas respeito, admiração, e por alguns deles alimentávamos um carinho especial.
Nas festinhas da escola, era comum os professores ficarem rodeados dos seus alunos, cada um querendo desfrutar de um pouco de atenção.
Não raro, levávamos presentinhos como frutas, flores e os mais corajosos, arriscavam até mesmo a escrever bilhetinhos com declarações de afeto aos queridos (as) mestres (as).
Sou capaz de me lembrar o nome de todos meus professores do primário. Profa. Natalina, no primeiro ano, Prof. Alberto Ruy Cotrim no segundo e no terceiro ano, Profa. Inês no quarto ano.
Depois, no ginásio, eram muitos deles, dos quais me lembro com muita saudade e carinho do meu professor de português, Prof. Nicolino Ferrari, que dava aulas de terno e gravata e já tinha seus 60 anos de idade.
Estamos falando da década de 1970/1980, não faz tanto tempo assim!
De lá para cá muita coisa mudou para melhor. A tecnologia avançou cem anos a cada década. Estamos na época da globalização, da Internet, do acesso ao computador de forma facilitada.
O progresso veio de forma avassaladora nas últimas décadas, mas infelizmente, na contramão, os valores foram deixados para trás.
Os mestres de hoje, que nutriam profundo respeito e admiração pelos seus mestres do passado, não desfrutam mais do mesmo tratamento.
Ser professor (a) neste país tornou-se um verdadeiro sacerdócio!
A falta de respeito começou pelos governantes, que há décadas vem relegando a categoria ao mais absoluto ostracismo, por falta de políticas de capacitação e de valorização, sobretudo por deixar de oferecer remunerações condizentes com a responsabilidade e importância do cargo.
Na sala de aula, os modelos (supostamente ultrapassados, do também suposto autoritarismo), deram lugar não à liberdade, mas à libertinagem, onde os alunos, sem noção de limites (que na verdade deveriam ser impostos pelos pais), se julgam no direito de fazer o que bem desejam, atropelando toda e qualquer regra que seja implantada.
Vivemos uma época de inversão de valores, onde uma juventude transviada (aqui no sentido lato da palavra), sem limite, sem noção de valores (como educação, cortesia, respeito ao próximo), se juntam e em bandos (como selvagens) promovem pancadarias, depredações de patrimônio público e desrespeito a qualquer tipo de autoridade.
É impossível ser professor hoje em dia sem correr o risco de ser agredido pelos alunos (eu disse alunos?), simplesmente por repreendê-los diante de uma atitude inadequada em sala de aula.
E o pior, ai do professor que esboçar qualquer tipo de reação!
Por definição ele passará de agredido a agressor, enquanto o verdadeiro agressor sairá ileso, ostentando a fama de ser “o bom” e ainda fazendo chacotas sobre a situação.
E a realidade é que para os governantes, quanto mais ignorante e sem preparo for a população, mais fácil será a manipulação, por isso não se mobilizam para conter este descalabro que cada dia nos assusta mais.
Você professor, você professora, são dignos de todo nosso respeito, de toda nossa admiração. Não fosse seu idealismo, seu amor à causa, não fosse sua dedicação abnegada à este nobre desafio, enfrentando todas as vicissitudes da profissão, que seriam daqueles que são exceção nesta triste regra que acabamos de expor?

*Antonio Carlos Arruda é administrador de empresas, comunicólogo, preservacionista ferroviário, radioamador e escritor. Casado, 51 anos, 3 filhos, reside atualmente na cidade de Belo Horizonte-MG.
Para contatos:
Blog: viajantetranscendental.blogspot.com
Twitter: @arrudaac
E-mail: arrudaac@oi.com.br

Um comentário:

  1. Adorei ver voçe bem. Torço para vç ser feliz.
    Um beijo do Compadre. Vital

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